Vivemos em um mundo globalizado, que constantemente sofre mudanças em vários aspectos: tecnológicos, filosóficos, religiosos, políticos, culturais, econômicos, entre outros. No aspecto tecnológico, essas mudanças têm provocado alterações na realidade social, o que exige reformas no processo educacional.
Estamos acostumados a pensar em comunicação e educação como dois campos distintos do conhecimento. Apesar disso, ambos lidam com a interação entre as pessoas. Isso mostra que unindo comunicação e educação, fará com que os limites entre informação e conhecimento diminuam. A sociedade contemporânea vem sendo marcada pelos meios de comunicação, onde eles, a cada dia, ganham espaço na vida das pessoas, seja em seu cotidiano e ou em suas relações sociais. As escolas se vêem diante do desafio de inserir as mídias e os meios de comunicação nas práticas pedagógicas. Essa inserção, segundo Silva Filho (apud SOUZA et al, 2006, p.7),
É a idéia principal no que respeita às tecnologias de informação e comunicação. Por um lado, estas tecnologias devem estar plenamente integradas nas instituições educativas, dispondo alunos, docentes e professores de condições de acesso facilitado e de freqüentes oportunidades de formação. Por outro lado, as TICs devem estar plenamente integradas na atividade de ensino-aprendizagem, tanto ao nível dos saberes disciplinares como dos transdisciplinares.
Para que isso ocorra, a escola precisa repensar a sua relação com os meios de comunicação deixando de lado seu paradigma conservador que ignora ou os considera como inimigos, voltando-se assim, para a contemporaneidade.Isso também diz respeito aos professores, que parecem não acompanhar positivamente essas mudanças. Eles se mostram resistentes à cultura da mídia, muitas vezes por medo de perderem seus postos para as novas tecnologias ou por falta de formação, ocasionando o contínuo uso do giz, do quadro-negro e dos livros.
Com isso, os professores poderão se aproximar do universo dos alunos que estão cada dia mais dedicando suas horas aos novos recursos tecnológicos, se interessando mais pelas imagens e mensagens do que pelas atividades propostas em sala de aula. Sobre essas transformações, Moraes (2005, p.298) relata:
É cada vez mais precoce a idade em que as crianças começam a interagir com computadores ou jogos eletrônicos, é muito comum residências em que os aparelhos de televisão, de videocassete e de som são operados por elas [...]. Essas crianças, ao chegarem à escola, muitas vezes encontram nas salas de aula um cenário no qual são oprimidas durante horas, estando claramente definidos quem é o ator e quem são os agentes passivos daquela atividade, em que a única cor na cena é a do giz na lousa.
imagem disponível em:portalwebmarketing.com
Utilizando os meios de comunicação como ferramentas pedagógicas na complementaridade do ensino, a escola dará ao aluno a oportunidade de se expressar de forma mais viva e completa. Com isso, as escolas concentrarão a atenção dos alunos o que estimulará, entre outras coisas, o senso crítico e o raciocínio. Deve haver disposição docente para despertar não só o fascínio pelos meios de comunicação, mas também uma racionalidade crítica.
A escola precisa estar sempre atenta aos seus alunos e renovar seu processo pedagógico, trazendo para o campo educacional a criatividade. Segundo Roldão (apud SCHENKEL4) a meta última da educação é recolocar a dimensão racional e a dimensão imaginativa, ambas, como elementos centrais, integradores de um processo global de construção de conhecimento que faça de cada indivíduo uma pessoa mais bem equipada para compreender a realidade.
Implantar nas escolas as novas tecnologias e formar professores capazes de fazer um bom uso das tecnologias e prepará-los para assumirem um novo papel na sociedade do conhecimento seria uma das soluções. O professor tem o papel importante de ajudar seus alunos a compreenderem melhor os meios de comunicação como objeto de análise, o que formará leitores críticos. O professor ainda, como coloca Demo (apud SOUZA et al, 2006), “assume o papel de orientador basicamente, ocorrendo nisto mudança fundamental de prática pedagógica: em vez de receptor, instrutor, treinador, o professor assume a postura socrática de orientação instigante”.
Disponível em:http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/o-auxilio-dos-meios-comunicacao-midias-nas-praticas-.htm